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O Meu Cãotinho

O Meu Cãotinho

A tua Chegada!

A semana que antecedeu a chegada à nova casa pareceu durar uma eternidade… E ele tinha razão… O meu marido sabia que as dúvidas começariam a assombrar-me… E assim foi. Uma semana longa e cheia de pensamentos que começavam sempre da mesma forma: “E se…?!” Rapidamente tudo na minha cabeça se transformou em problema… Mas por essa altura já tinha o marido mais entusiasmado do mundo e com o brilho no olhar de uma criança que acaba de receber um brinquedo novo! O último grito dos brinquedos! E já não dava para voltar atrás… Mas na verdade eu também não queria voltar atrás… Eu queria ter a coragem de por uma vez na vida fazer algo sem pensar muito. Algo que me fizesse sair da bolha, da minha zona de conforto. Mas também não poderia ser uma decisão tomada de ânimo leve, porque no final das contas estava em jogo um ser vivo que iria depender de mim, de nós! A partir do momento que entrasse na minha casa seria família e por isso iria sempre ser tratado como tal. Mas um dia, durante um belo jantar com o meu belo marido (já vos disse como ele é fantástico? e giro? 😊) todas as minhas dúvidas começaram a dissipar-se… Ele, com a sua alegria contagiante começou a escolha dos nomes… “Se for um cão será…”, “E se for uma cadelinha…?”… Mas que nome lhe iriamos dar?! Então pensamos que o melhor seria ver primeiro o sortudo que viria aumentar o nosso agregado familiar! Não é que eu não soubesse já qual era o sortudo… Cá entre nós, mal vi as fotos dos patudinhos “escolhi” logo aquele que me fez palpitar o coração… Mas o marido queria uma cadelinha… E bom, se quando visse todos os patudos sentisse que deveria ser uma cadelinha, porque não?! Na verdade, também sempre pensei que teria que ser o patudo a escolher-nos e não o contrário. E assim foi… Um dia no final do trabalho lá fomos ver a belíssima ninhada… E o meu “escolhido” veio ter comigo, veio escolher-me também… Peguei-lhe ao colo e o que senti foi algo indescritível! Pela primeira vez não tive medo, toquei em todos, peguei em todos… Mas aquele… O meu “escolhido”, o que me “escolheu”… Aquele tinha que ser meu! Realmente, mesmo querendo muito não consigo explicar o que senti… Porque foram tantos sentimentos diferentes de uma só vez! Adorei não ter tido medo, ter tido a espontaneidade de pegar logo em todos (e acho que na verdade a ficha só me caiu depois) e de ter sentido rapidamente qual teria de ser o nosso filho cão! O marido queria uma cadelinha, mas acho mesmo que se derreteu de tal forma ao ver-me com o meu “escolhido” no colo, que nem foi capaz de se opor…

Antes de virmos embora quis tirar-lhe uma fotografia. Só fomos buscar o pequeno no dia seguinte porque ele ainda tinha que fazer a sua primeira visita ao veterinário antes de poder vir connosco… Então a fotografia foi para poder olhar para ele até ao outro dia à noite, até o irmos buscar… E só mesmo para o contemplar, porque eu já não me esqueceria dele, nem do seu cheiro a bebé, o meu futuro bebé! O primeiro bebé da casa! E no momento em que decidimos que era “Ele” e que o iríamos buscar no dia seguinte, inexplicavelmente todas as dúvidas desapareceram. Já era nosso! E eu já não queria voltar atrás por nada… E já só o queria ter em nossa casa… Nessa noite mal consegui adormecer tal era a excitação. E já só pensava em tudo o que tinha que lhe comprar para que se sentisse bem no seu novo lar… O marido também dormiu mal, eu sei! 😊 Ele ainda tinha dúvidas (eu sei) se eu iria aguentar a pressão de criar um cão bebé… Afinal com o meu medo e a falta de experiência, até o consigo entender.

E finalmente chegou o dia! E eu passei o dia a olhar para aqueles olhos enormes e castanhos da fotografia. Não parava de pensar que ele tinha um olhar triste e que precisava de muito amor e carinho para ser um cãozinho feliz (mal sabia eu na pestinha que se ia tornar 😊). E lá chegou ao fim mais um dia de trabalho… E lá fomos buscar o nosso filho de quatro patas! E depois começou a disputa sobre quem ia trazer o cachorro no colo no caminho de volta a casa! 😊 O marido queria muito, mas eu lá o convenci que seria o primeiro passo para perder o meu medo! E foi… Aquela viagem, ainda longa no caminho para casa, foi fantástica… Já era tarde e como o pequeno estava todo sonecas veio a dormir no meu colo todo o caminho de regresso. Aproveitei para fazer tudo o que sempre quis, mas sempre tive medo… Pegar-lhe nas patinhas e mexer nas almofadinhas mais fofas do mundo, tocar nas bochechinhas, ver os “dentinhos”, mexer naquela boquinha pequenina (que tanto me assustava). Que viagem deliciosa! Era oficial…. Tínhamos um cão. E agora?! É lógico que com a minha falta de experiência não pensei em nada nem fazia ideia de como seria… como mudariam as nossas rotinas… não, não pensei. E começou logo na primeira noite. Ainda sem caminha para o pequeno (porque me parece que o marido acreditava tanto que iríamos ter um cão que nem quis comprar nada antecipadamente) lá acabamos os três a dormir no sofá (claro está que bem forrado porque o cachorro ainda não controlava as suas vontades… e eu logicamente ainda nem tinha pensado nisso… 😊). Foi uma noite engraçada… O marido e o pequeno dormiram abraçadinhos toda a noite… E eu… ali no meio, encostada, meia desconfiada e toda a noite acordada… E era já um emaranhado de pensamentos na minha cabeça… “Como vai ser com isto…?”, “Como vai ser com aquilo…?” E principalmente… “Meu Deus, temos um cão!”. E passei a noite a observá-lo perdida em pensamentos e derretida com tanta fofura… E o pequeno ainda não tinha nome. E dormiu sem nome, mas com muito amor e carinho! 💝

 

Esta aventura remonta ao dia 13 de Outubro de 2017. Dia em que um patudo começou a fazer parte da nossa família, dia em que tudo na minha vida mudou... Hoje tudo é mais delicioso porque ele enche a minha vida de amor! Enche a nossa casa de amor! Quanto amor. 💝

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